O Festival do Instituto de Artes nasceu na Unicamp, em Barão Geraldo, Campinas, São Paulo, Brasil, América Latina, na virada do milênio por iniciativa de estudantes de diferentes cursos da UNICAMP. Ao longo desses vinte e dois anos consecutivos de trajetória, o festival vem construindo espaços de valorização e difusão das artes através da autonomia e organização estudantil, reconstruindo artística, política e afetivamente o espaço da universidade. Essa organização autônoma se dá por uma equipe rotativa, que se renova a cada ano e permite que estejamos sempre dialogando com as demandas e urgências do agora.

O Festival do Instituto de Artes busca, em sua 22ª edição, abraçar os formatos tecnológicos e suas possibilidades - os quais nos encontramos condicionados a mais de um ano.

Após a última edição, na qual o cuidado, a escuta e a responsabilidade afetiva dos corpos foram colocadas em prática, o festival percebe que agora é o momento de mergulhar, de fato, no online.

O FEIA 22 será, por mais mais uma edição, completamente online, contando com 22 dias de programação - de 3 a 24 de outubro de 2021. Com, ao todo, 30 atividades diversas e inteiramente gratuitas ao público, o interesse do evento é abranger programações que proporcionem diálogo entre as linguagens e práticas artísticas com os meios virtuais. Exercitar novamente a desterritorialização é um ponto crucial para a edição - mas, desta vez, nos espaços que o "online" pode nos oferecer.

Como forma de democratizar o acesso à arte, além da gratuidade da programação, a produção do FEIA busca acessibilizar suas ações através da audiodescrição para se aproximar do público cego, de baixa visão, idosos e pessoas com transtorno do espectro autista e a LIBRAS para pessoas surdas e sinalizantes, para que elas possam construir conosco um debate artístico a partir de suas vivência.

Para mais informações sobre o evento, os materiais e acessibilidade, acesse o site do FEIA 22, assim como nosso Instagram, nossa plataforma de inscrições e no nosso canal no YouTube.

Site : https://sites.google.com/unicamp.br/feia22/

YouTube : https://www.youtube.com/channel/UCVroGJtYsdQs_HaTMlGo4DA

Instagram :   https://www.instagram.com/feia.unicamp/?hl=pt-br

Plataforma de Inscrições : https://www.iar.unicamp.br/eventos/evento/12/atividade

Segue, abaixo, a programação completa com dias e horários.

OFICINAS

Título: 

deslimites da palavra: percorrendo territórios da escrita

Ministrantes: 

Jota Vilar e Alanis Mahara

Data: 

06, 13 e 20 de outubro

Horário: 

das 18h às 21h

Quantidade de Vagas: 

15

Sinopse:

 Hoje eu atingi o reino das imagens, o reino da despalavra.

Daqui vem que todas as coisas podem ter qualidades humanas.

Daqui vem que todas as coisas podem ter qualidades de pássaros.

Daqui vem que todas as pedras podem ter qualidade de sapo.

Daqui vem que todos os poetas podem ter qualidades de árvore.

Daqui vem que os poetas podem arborizar os pássaros.

Daqui vem que todos os poetas podem humanizar as águas.

Daqui vem que os poetas devem aumentar o mundo com suas metáforas.

Que os poetas podem ser pré-coisas, pré-vermes, podem ser pré-musgos.

Daqui vem que os poetas podem compreender o mundo sem conceitos.

Que os poetas podem refazer o mundo por imagens, por eflúvios, por afeto.

Despalavra - Manoel de Barros

A residência se dará em três encontros distribuídos em três semanas e afinados com o trânsito lunar: o início se dá na lua nova, o meio na lua crescente, e o encerramento na lua cheia. Assim, propomos uma desconfiguração e reprogramação da própria noção de tempo, que permeia as discussões e práticas ao longo da residência. 

Serão discutidas as dimensões simbólicas e performativas da palavra, tensionando os limites da linguagem e as fronteiras entre ficção e realidade, passado e futuro, vida e morte, e outros binarismos que fundem nossas super-ficções. As práticas pretendem sensibilizar es participantes ao jogo de significados das palavras que caracterizam o fazer poético e escancaram a teatralidade do discurso, tendo como matéria de criação a deriva - o perder-se no trajeto. 

Título: 

Matéria & Criação no pensamento de Anni Albers

Ministrantes: 

Natália Rezende

Data: 

05, 07, 12 e 14 de outubro

Horário: 

das 17h às 19h

Quantidade de Vagas: 

30

Sinopse:

 A partir dos escritos e da trajetória artística de Anni Albers (ano-ano), artista alemã com formação na Bauhaus, o curso pretende levantar questões reflexivas sobre o processo de criação em arte no que diz respeito à experimentação com as matérias. A materialidade e técnica têxtil, bem como o elemento composicional da linha, serão pontos de partida para conversas acerca de categorias da arte, relações de poder na tensão criativa, inversões de profundidade e superfície, paradoxos da dualidade, além de traçar um paralelo entre a evolução tecnológica do tear e dos computadores, desde o sistema binário que ambos partilham, até chegar ao raciocínio recursivo do digital.