Primeiro vermifiltro é instalado no Acampamento Marielle Vive
A estrutura é parte do projeto de extensão desenvolvido pela FecFau com apoio da Proec
TweetTexto: Gabriela Villen I Fotos: Jerci Maccari e divulgação
Tratar as águas cinzas da cozinha comunitária do Acampamento Marielle Vive, em Valinhos, é o objetivo do projeto de extensão da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (FecFau) de Unicamp, coordenado pela professora Luana Mattos. O grupo, apoiado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), em conjunto com a comunidade, inaugurou parte da estrutura do sistema e o primeiro vermifiltro neste sábado (4).
“Estamos usando a água que sai da pia da cozinha, chamada de “água cinza”, para produzir um biofertilizante, que pode ser na irrigação em determinados tipos de planta”, contou Luana Mattos. Segundo ela, a alternativa de tratamento que está sendo instalada deverá substituir a fossa, podendo gerar um produto final e agregar valor.
O projeto utiliza o vermifiltro, que é uma das tecnologias estudadas pelo grupo de pesquisa “Tratamento de efluentes e recuperação de recursos” da FecFau. Além da professora, o projeto conta com a pesquisadora Isabel Figueiredo, o mestrando Igor Tadeu e o apoio do coletivo de engenharia popular Dínamo. O projeto faz parte do "Projeto Saneamento Rural", que desde 1999 tem atuado ativamente no desenvolvimento de tecnologias acessíveis às comunidades rurais ou isoladas.
Para Fábio Cerqueira, da Ação Cultural da Diretoria de Cultura (DCult) da Proec, morador de Valinhos, que acompanhou a inauguração representando o pró-reitor Fernando Coelho, a presença da Unicamp no acampamento impacta não apenas a comunidade, mas também sua relação com o entorno. “Eles estão construindo ali uma comunidade bastante interessante, apesar das dificuldades e das constantes ameaças de despejo. A contribuição da Unicamp com vários projetos, esse é um deles, é muito importante para a consolidação da comunidade e para o reconhecimento da sociedade do município. Ainda existe uma grande resistência à permanência do acampamento por parte dos munícipes. A presença da Unicamp ali mostra que é um trabalho sério que está sendo desenvolvido”, afirmou Cerqueira.