— NOTÍCIAS

Proec articula ações de extensão no assentamento Milton Santos

As ações serão institucionalizadas por meio de um convênio, que visa apoiar e fortalecer as diversas iniciativas



Texto: Maria Luiza Robles Arias e Gabriela Villen I  Foto: José Irani 


Fortalecer as ações de extensão que são desenvolvidas por grupos da Unicamp nos assentamentos rurais, promover novas ações e criar articulações entre esses grupos foram os objetivos da reunião que aconteceu na última sexta-feira (16), na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF). Promovida pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), o encontro reuniu as faculdades de Tecnologia (FT), Ciências Médicas (FCM), Engenharia Agrícola (Feagri), Educação (FE), Enfermagem (Fenf), Engenharia de Alimentos (FEA), Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU), Ciências Aplicadas (FCA), além do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e da Divisão de Meio Ambiente da Prefeitura do Campus, cada uma delas com ações em andamento ou projetos a serem implantados. A partir da articulação com esses grupos, a Proec está formalizando um convênio entre a Universidade e o Assentamento Milton Santos, que pretende garantir a continuidade das ações e seu fortalecimento financeiro e institucional.  


“A institucionalização significa para mim abrir caminhos de facilitação. Sem, em nenhum momento, interferir na criatividade das pessoas”, afirmou o pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho, no início da reunião. Para ele, essas reuniões devem organizar os trabalhos e as formas como eles serão feitos a partir de agora. O convênio com o Assentamento Milton Santos seria, segundo ele, um aprendizado, que posteriormente possa ser expandido para outros assentamentos. "A partir do momento em que a gente passar pelo caminho das pedras, agregar os demais [assentamentos] vai ficando cada vez mais fácil”.


Segundo Isabel Floriano, da área de Projetos Estratégicos da Proec e facilitadora no projeto do Milton Santos, o trabalho em conjunto deve fortalecer as ações já realizadas e estimular novas iniciativas. "Essas articulações são importantes para que a gente faça um trabalho de continuidade e coeso. Para que a Universidade chegue realmente aos assentamentos, levando todo esse conhecimento e aprendendo tudo que eles têm para nos oferecer", ressaltou.


Para a coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da Unicamp, Lais Fraga, a profusão de iniciativas ali presentes também era motivo de celebração. "Eu nunca vi tanta gente interessada em trabalhar com o MST, com tantos projetos já articulados e em andamento, outros que estão começando ou vão começar. Acho que temos que pensar nesse momento como um momento de qualificar nossas ações e fazer isso junto, porque separado dá muito mais trabalho", afirmou. Para ela, o convênio consolida e abre novas oportunidades. "É um passo super importante, porque sempre fizemos isso na informalidade e agora vamos passar por uma formalização dessa relação. Vamos começar essa formalização pelo Milton Santos, mas há a intenção de expandir ela para os outros assentamentos”, reforçou.


Curricularização 

As articulações das ações de extensão tem ainda outro objetivo: ampliar as possibilidades de inserção da extensão na grade curricular da graduação. A exemplo disso, os professores da FT, Marta Pires e Jaime Portugheis, e do IE, Fernando Cézar de Macedo, presentes na reunião, oferecerão a disciplina "A extensão universitária e a troca de saberes: interações com a comunidade do Assentamento Rural Milton Santos", no segundo semestre.  Ela foi proposta por 5 professores e é composta por 4 módulos: o primeiro, sobre computação; o segundo, sobre saneamento; o terceiro, sobre agroecologia; e o quarto será uma troca de saberes e experiências junto  à comunidade”, contou Marta. Segundo ela, a disciplina foi criada a partir de uma reunião com a Proec e a Pró-reitoria de Graduação (PRG). Além dos professores da FT, o curso envolve os docentes Vicente Eudes e Jefferson Picanço, do Instituto de Geociências (IG). Além de mais um passo no processo de curricularização da extensão, a professora afirmou que a disciplina vai ao encontro de muitas das necessidades dos projetos de extensão e visa, também, supri-las.